segunda-feira, 30 de agosto de 2010

"O Cavaleiro" (The Horseman) 2008, de Steven Kastrissios

Os últimos filmes da Austrália que entrei em contato foram os do Greg McLean, Wolfcreek (2005) e Rogue (2007). Ambos têm uma vibe meio xenófoba, algo do tipo, “vão embora daqui seus turistas malditos, antes que eu corte seus dedos fora ou virem alimento para o meu crocodilo gigante!”. Eu devo ter visto poucos filmes australianos na minha vida e provavelmente nem fazia ideía da origem quando os vi pela primeira vez, como Mad Max (1979) e a A Fortaleza (1986). O que há em comum em todos os mencionados: Sempre algum cara escroto está fazendo coisas escrotas com outras pessoas! (menos o Rogue, neste caso é um crocodilo escroto). Mas falo de atitudes extremas mesmo, que ganham mais uma seqüência com este The Horseman. Se depender unicamente dos filmes com as histórias barra pesada que rolam por lá, não vou dar as caras na terra do canguru tão cedo.


"Ele não pode trazer sua filha de volta...mas ele pode mandar seus assassinos pro INFERNO". Bem badass motherfucker, heim?


Não deve existir tantos filmes de vingança quanto os de amor, mas que eles são uma porrada, isso são (normalmente nos dois sentidos). Neste uns caras estupram, drogam, matam e gravam um filme pornô com uma garota maluquete (pode alterar a ordem das ações). O pai da moça, um cristão de 44 anos, resolve amassar, lanhar, estropiar, desconjuntar, barbarizar qualquer indivíduo que tenha algum envolvimento nas gravações do filme que culminou na morte da pequena - dos produtores ao cara que se masturbou achando tudo dugarai véi!

Enquanto ele vai encontrado os rapazes, o máximo que acontece de história é ele tentar forçar uma amizade com uma menina que pede carona e parece quase tão perdida quanto a filha antes de partir. O resto, só a porrada nua e crua, que de exagerada, cansa e por incrível que pareça, deixa umas seqüências bem chatas. No cartaz diz que "Get Carter (O Vingador do Michael Caine) encontra Old Boy (vai ver só porque ele também tem um martelo )"... mas eu diria que “Busca Implacável” encontra “O Albergue”.

Que ele não foi nenhum exemplo de pai exemplar dá para saber desde o início, mas tudo bem, porque em The Horseman todos os câmeras, atores e demais profissionais da pornografia são malfeitores sádicos e assassinos. O pai vingativo enfia um anzol no pênis de um cara desacordado. Quando o caboco acorda e checa a situação em que se encontra, a primeira coisa que fala é: "VOCÊ É UM HOMEM MORTO, CARA!". Dá um tempo! Que espécie de ator pornô é esse? Onde foram parar meus heróis da juventude?!

Um filme aconselhado para quem gosta de porrada seca, porrada molhada, torturas em geral e acredita que a vingança é plena, não mata a alma e nem a envenena.


“Ah, então você é o cara que fazia o café no set de filmagem, é? Beleza, contigo vou usar só as bolas tailandesas!

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

"Os Mercenários" (The Expendables) 2010, de Sylvester Stallone

Há uma cena em Predator (1987) em que Dillon, o contratante dos serviços do Major Dutch, diz que eles são os caras mais fodões do planeta mas no fundo são todos descartáveis. Dutch olha para ele nada feliz por ter encontrado um soldado esfolado e diz: “Meus homens não são descartáveis (= expendables)”. Mercenários bem pagos aceitam todo tipo de trabalho e o melhor de tudo, são dispensáveis. A idéia explica o nome que Stallone deu ao seu projeto action revival, cujo plano consistia em reunir grandes astros de filmes de ação de ontem e hoje. Pra quem cresceu vendo explosões, atuações canastra e frases de efeito, até que Sly cumpre a promessa e com um bônus... faz parecer que todo mundo escorrega no quiabo!


"The Expendables" significa..Os Explendorosos...uuuii!

Ora vamos, não é implicância. Desde o primeiro trailer de Os Mercenários eu me perguntei “Mas o que Stallone tá querendo com esse cavanhaque e essa cara de cafetão gay ?”. Pessoal, é sério! Sabe aquelas narrativas do Seu Peru (da escolinha do Prof. Raimundo) em que ele distorcia a história revelando que todo mundo era da irmandande, pois é. No filme, Sly lidera um grupo de mercenários contratados para eliminar um ditador fictício de uma ilha marionete, ops. Aliás, a contratação é de levar às lágrimas os fãs, juntando na mesma cena: Bruce Willis, Arnold Schwarzenegger, Sylvester Stallone e Ivo Pitanguy – por segurança, para não deixar extrapolar o nível de botox permitido num único take de cinema.

Silvestre e o chegado que tem mais afeto, Jason Statham, resolvem visitar a ilha “pra ver qual é”, cujo contato é "Bela, a Feia" (em versão gata, lógico). Após essa visita básica de rotina e reconhecimento que resulta em 41 soldados mortos e um porto em chamas, Rambo acha de bom tom não aceitar o serviço, dizendo tratar-se de uma cilada, Bino! Quem manda naquela birosca na verdade é um ex-agente da CIA, o vilão Eric Roberts, que desta vez arranjou um gigante da luta-livre e ressuscitou Gary Daniels, protagonista dos filmes de porrada mais esquecidos da década passada.

Acontece que, mesmo cancelando o contrato e agora sem ganhar um único centavo, Stallone resolve voltar a ilha com seu esquadrão-testosterona porque é um entusiasta da tatuagem... e a moça faz uns desenhos loosho! Por falar nisso, cansado de tentar matar o Homem de Ferro, Ivan Vanko (Mickey Rourke) tornou-se o tatuador oficial do grupo. Tem uma parte em que ele chega de moto com uma garota na garupa e bate na bunda dela no melhor estilo “UUUhuuu, adoraria ter uma assim!”. Eu heim...


"-Te disse que aqui era tudo de BOUA, olha o naipe da Ugly Betty brasileira! E olha que ainda nem ganhamos o nosso macaco!"


Pra quem gosta do gênero e criou expectativas de um PUTA filme de ação dos infernos, eu achei fraco. Peralá, estamos falando de Sylvester Stallone e a reunião de ícones da vingança solitária com explosões ao fundo. Arrisco-me a dizer que qualquer um dos atores já participou de algum filme de ação melhor que este (de acordo com meus critérios totalmente subjetivos) em alguma de suas aventuras-solo.

Como sempre, Jason Sthatam é o destaque das cenas, quebrando, esfaqueando ou atirando (ao mesmo tempo), tudo com golpes perfeitos bonitos de se ver, sem nunca deixar de ser um gato...e careca. Depois de detonar 6 caras numa quadra de basquete, eu juro que o ouvi falando: “Agora você já sabe o meu trabalho...sou porradero!”.

Por ter ajudado a quebrar a hegemonia do herói bombado de filmes de ação, o diretor deu a Jet Li nada mais que um castigo justo: servir de saco de pancadas do Dolph Lundgren durante o filme inteiro.

E no final, depois que tudo é destruído, Giselle Itié vem toda insinuante “– E ai, Sly, você vai voltar? / - Valeu, tchau!”. As palavras finais de Jason para Sylvester (e seu cavanhaque bem definido) dentro do avião, pra mim soaram assim : “- Puxa, Lone, sabe o que é pior de tudo? Eu achei que ela não fosse o seu tipo...SUA LOUKA!” Os Mercenários é isso, uma trupe de bichonas aposentadas que precisam muito se auto afirmar explodindo tudo e a todos de graça.


“Garçom, gostaria de Van Damme, Steven Seagal e Chow Yun Fat no elenco do próximo filme, sim? Obrigado."


NOTA - A rede de cinemas Moviecom (a única da cidade) nos deu como única opção, uma única sala, com uma única cópia dublada, no Shopping Castanheira (fica na entrada de Belém - PA). A distância, a falta de opção ou dublagem será a última coisa que você irá se preocupar quando começar a não escutar porra nenhuma do que os atores falam – ou estou ficando surdo ou o som de lá é uma porcaria.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

"A Origem" (Inception) 2010, de Christopher Nolan

Após ouvir muitas rasgações de seda e babações de ovo, reuni os amigos e fomos lá conferir Inception, que eu chamo de um filme de assalto a banco de Christopher Nolan... se com 5 minutos de assalto todos os bandidos morrem e aparece o Coringa, imagine o que ele faria num filme inteiro? Deita, tira um chochilo que lá vem a história.


Leonardo Dicaprio especializou-se em roubar segredos (idéias) dos outros da maneira mais fácil que poderia pensar: dormindo. Isso mesmo, senhas de sites pornôs, escalação da seleção, receitas de culinária, tudo pode ser surrupiado mais facilmente quando as pessoas estão sonhando. Como sempre tem alguém querendo se dar bem, desenvolveu-se todo um mercado em torno disso: mercenários dos sonhos, exploradores do subconsciente, criadores engenhosos e empresas para pagar altas somas pelas informações que eles conseguem extrair.

Mas de acordo com os estudiosos que acabei de inventar, mais difícil que roubar uma idéia, seria inserir uma idéia na cachola de uma pessoa dentro de um sonho. É como se no passado você invadisse um sonho do George Lucas com umas lanternas de lâmpadas verdes do Paraguai e simulasse uma luta com os feixes de luz. Manjou? Essa idéia cresceria e o faria milionário alguns anos depois, com todo um universo que lhe renderia grana para algumas vidas. O problema é que para se inserir uma idéia com eficácia é preciso atingir um nível mais profundo de sonho: estar num sonho, dentro de um sonho, dentro de um outro sonho – e isso, de acordo com os especialistas, é deveras perigoso por diversos fatores.

É justamente essa missão que Leonardo aceita e monta sua equipe de RPG bem definida: o promoter, o falsificador, o arquiteto, o químico e o cara de gel no cabelo que parece o Heath Ledger – o time dos sonhos de qualquer assaltante. Como se não bastassem os perigos a que estará sujeito em sonhos alheios, ele ainda tem que aturar a esposa, Juliana Paes, que adora ter discussões de relacionamento e tocar o terror no seu subconsciente.

A grande sacada e dinâmica do roteiro é justamente variar entre os planos de sonho. De outra forma, só veríamos os atores dormindo pra caramba! Meu amigo que dormiu durante o filme entendeu a trama melhor que todos nós! (RÁ). Também acho que, apesar do filme explicar por que o arquiteto não poderia aloprar e dar uma de Salvador Dali no mundo dos sonhos, eu esperava (gostaria) que tivesse mais pirações, afinal de contas...é sonho!

Nolan é um desses nomes da atualidade que me faz lembrar da época em que eu acreditava que determinado diretor vinculado a um filme era sinal de que viria coisa boa pela frente. Eu deixo você gastar essa grana no ingresso com louvor.


Dorgas, MaNolan!

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

“Triângulo do Medo” (Triangle) 2009, de Christopher Smith.

Esses títulos em português são broxantes, diga lá?! Pessoalmente eu não sei se faria melhor com os nomes curtos dos filmes do Christopher Smith, como Severance (2006) e Creep (2004), que viraram respectivamente “Mutilados” e “Plataforma do Medo” por aqui, aliás um bom filme de terror a moda antiga. E por falar em medo, ficaram com tanto que Triangle teve o mesmo destino. Pra você que gosta de universos paralelos, fendas temporais e porraloquices no café da manhã, é a melhor pedida nesses tempos de títulos ruins para filmes realmente ruins.



A verdade é que não dá para falar pouco desse filme sem entregar algo. O que posso adiantar é que uma loira deprimida e mãe de um filho autista procura consolo em seu amigo, que mora num veleiro, no dia em que ele está saindo com outros amigos para se divertir e arejar as idéias. Há um certo desconforto entre todos porque a mulher chega meio estranha ao porto...e um casal leva uma amiga para ser um possível interesse romântico do morador do barco. Rápido teremos três casais a bordo e a possibilidade de muito sacanagem pela frente!

O swing em alto mar fica mais remoto quando uma súbita tempestade deixa todos à deriva! Quando procuram abrigo no único navio que passava por ali e o primeiro dos amigos aparecer ensangüentado tentado matar um outro, você vai perceber que está anulada qualquer tentativa de putaria - isso era uma coisa que passou apenas em sua cabeça desde o início, seu tarado!

Se você está se perdendo em adaptações de livros, HQ’s ou no oceano de remakes vagabundos de filmes de terror, vá atrás desse filme agora. Vai ser ótimo para dar uma respirada, e achar que ainda existem pessoas escrevendo histórias originais diretamente para o cinema. A parte engraçada é que alguns consideram Triangle um plágio do filme espanhol “Los Cronocrímenes” (2007) de Nacho Vigalondo. Na dúvida de qual assistir primeiro - apesar de ficar interessado em ver qualquer filme cujo diretor se chame "Nacho" - dei um desconto pra Chistopher Smith e seus bons filmes anteriores. Melissa George de shortinho não tem nada a ver com isso.


Vendo agora por esse ângulo...ter ficado à deriva até que não era uma má idéia!



SPOILER: Um aviso de Spoiler quer dizer que você deve continuar lendo apenas se já viu o filme, ou ainda, se você não viu mas gosta que lhe contem o final e outros detalhes, essas coisas que deixam as pessoas normais putas, sabe?

Se você entendeu o filme, meus parabéns, porque eu não entendi. Mas penso que ela viva o drama do personagem mitológico mencionado no filme (creio que seja Sísifo, e não Aeolos, sei lá). Reviver aquilo para sempre repetidas vezes é o castigo por ela ter sido uma pessoa ruim (descer o cacete no moleque é um indício), é a pedra que ela rola com esforço até o topo da montanha apenas para vê-la rolar novamente até o início. Li em algum lugar que quando ela adormece no barco, esquece de tudo (inclusive do filho morto e da motivação para voltar ao cruzeiro), o que permite continuar o ciclo.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

"Legião do Mal" (La Horde) 2009, de Yannick Dahan & Benjamin Rocher

“Mas como foi esse teu critério pra querer ver o filme, tu escreveste no google 'filme escroto de zumbi', é?”. As palavras de Andy Caramujo ao término da sessão fazem bastante sentido, mas até que dá para rir e se divertir com "La Horde", filme em que os franceses apresentam seus mortos-vivos. Vê-lo dublado só acrescentou mais gargalhadas (o que recomendo com louvor).


O negócio começa dando a maior pinta de que vai ser um puta filme de ação-policial e coisa e tal: Após ter um de seus amigos fazendo cosplay de Tim Lopes, 4 policiais resolvem tomar de assalto um prédio semi-abandonado para se vingar dos assassinos / traficantes. Quando as coisas começam a dar muito errado para os tiras, do tipo que se diz “putz, não tem como piorar!”, a cota dos apocalypses zumbis chega àquelas bandas francesas. O que se espera é que policiais e bandidos unam forças para não virar ração, sem informações do que está acontecendo lá fora (sanova?!) e sem fazer idéia do quê eles estão enfrentando (porra, atira na cabeça!).

O elenco é de matar (RÁ): destaque para o líder dos traficantes, um nigeriano cheio de aforismos e lições de moral e o velho doidivanas contador de zumbis abatidos. Isole aquele momento de tensão (que sempre tem neste gênero) em que os sobreviventes começam a brigar uns contra os outros e estenda para um filme inteiro. É mais ou menos isso que acontece em La Horde. Por mais que esteja todo mundo no mesmo barco, há um clima de DR no ar o tempo todo entre polícia e bandidos, polícia e polícia e bandidos e bandidos.

Apesar de bem caracterizados, muitos zumbis parecem apenas loucos gritando com suco de groselha na cara e apenas um (o com um saco na cabeça) têm dentes serrilhados! Se alguém souber me explicar que porra foi essa, agradeço. Quase todos cheiraram um bagulho frenético e não param por nada, nem sob fortes impactos. Corredor Polonês é carinho para eles! A edição só ajuda a dar um ritmo cômico aos ataques, parece que a imagem fica em fast foward por alguns segundos.

Tudo bem que não explicar nada sobre a origem da epidemia já vem de berço lá dos filmes do George Romero, mas de todos os filmes de zumbi, La Horde ganha neste quesito de lavada. E não se sai melhor explicando pra onde vai: creio que foi o pior desfecho deste tipo de filme que já vi. Enfim, um filme válido para quem gosta de morto-vivos, tranqueiras em geral ou tem resistência em ver um filme só porque é francês!

Nota: A dublagem brasileira é um espetáculo à parte. Destaque para o trecho em que o líder dos fora da lei mata um zumbi com as próprias mãos gritando: AQUI É NIGERIANO, AQUI É NIGERIANO! ... vai ecoar na minha mente por anos.


Cena revolucionária em filmes de zumbi: Um gordo de bigode e camiseta regata!

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

michael bolton

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

genial

Estou gostando desta mania de desenhar idéias aleatórias (sem rascunho) direto com equipamentos e pedaços de papéis aleatórios.