terça-feira, 30 de junho de 2009

problema de gene 2

Ufa! Acabou o mês de junho mais maldito dos últimos tempos. Pelo menos pra mim, claro. Para eu que me autodeprecio e "faço drama" (as garotas adoram dizer isso) em todos os meses do ano, este mês de junho me saiu melhor que a encomenda. Um dia antes de ele começar, 31 de maio, 228 pessoas mergulharam no Oceano Atlântico a 800 km/h. Foi neste junho que assisti ao sério concorrente a filme mais destruidor de expectativas da história – os caras conseguiram estragar o filme do Wolverine com o Wolverine dentro. O mesmo junho em que Michael Jackson resolveu visitar pessoalmente seu ex-sogro, Elvis Presley. É também neste final de junho que estou pensando seriamente em colocar meu diploma de jornalismo no banheiro, com dizeres ao lado: “em caso de emergência quebre o vidro”. E para fechar - e eu espero realmente que isso não se torne uma prática de todo fim de mês - no último dia, hoje, 153 pessoas mergulharam no Oceano Índico a outros trocentos km/h.




Sinto que teremos mais problemas genéticos. O primeiro deles, aqui.

domingo, 28 de junho de 2009

sábado, 27 de junho de 2009

Michael Jackson (1958-2009)

Nós próximos livros de história, 25 de junho de 2009 será conhecido como o dia em que morreu Michael Jackson – se é que isso é possível. E não. Por mais que você ache que eu não resista, não farei nenhuma piada sobre o rei do pop, a revolução da dança, do videoclipe e da destruição de melanina. Até mesmo porque fazem isso há tempos.



Caramba, Michael Jackson está presente em alguma parte da minha geração de qualquer jeito. Digamos que eu nem gostasse de música. Que eu gostasse, por exemplo, apenas de videogame. Uma ora ou outra eu iria jogar Moonwalker! Jogo com versões estilosas para fliperama e o doméstico console Mega Drive. Baseado no filme-musical de mesmo nome, de 1988, no jogo você encarna o astro resgatando crianças e dando sopapos em capangas. Mas o mais legal e surreal era matar todos os inimigos da tela fazendo-os dançar com coreografia e tudo. Já pensou poder fazer isso numa situação real? Uma gangue te cercava num beco sem saída. Simplesmente, tu davas um grito “hhhooooouullllll!” e de caixas de som invisíveis tocaria Smooth Criminal...e todo mundo seguindo teus passos e caindo desfalecidos logo em seguida. As academias de artes marciais iriam falir. Já os cursos de dança estariam lotados.

Outro dia vi um clip do Chris Brown e pensei: “puxa, esse cara é mesmo bom em matéria de dança e Lei Maria da Penha.” Ele deve estar chorando agora. É impossível ver um clipe desses artistas (Timberlake, Usher...) e não reconhecer neles a norma da ABNT Jacko 9001 de qualidade.

Hoje a Feira da Pedreira amanheceu ao som de uma outra batida – tecnobregas e tradicionais cantigas dos bailes da saudade, trilha preferida das barracas de CDs pirata, deram lugar a "Billie Jean" e outros clássicos. Espero que ao menos a morte de Jackson inspire os Jóvi de hoje a ouvirem alguma música boa, nem que seja pelo próximo mês – sugiro os álbuns "Off the Wall"(1979) e "Thriller" (1982).

Espero também que a Rede Globo reprise a série The Jacksons: An American Dream” de 1992 (que nunca mais passou). A agora deixo com vocês uma das canções que eu mais gosto dos Jackson 5.




E como todo mundo, eu também imitava os passos de Michael. Como não tenho registros dessa façanha, deixo para posteridade isso a cargo do meu sósia Mark Ruffalo – essa mulherada que me acha parecido com ele deve tá é doida. Assim eu vou acabar acreditando que posso ser um pão também. Se bem que com esse clima de Belém é muito fácil ficar com a cara brilhando de suor, que nem um pão doce.

sábado, 13 de junho de 2009

segunda-feira, 8 de junho de 2009

"Anjos e Demônios", de Ron Howard (2009)

A tecnologia criou facilidades impressionantes para o consumo de produtos de massa, e não estou falando do microondas para você esquentar aquela lasanha de ontem. O boom do videocassete trouxe uma mudança drástica para toda a sociedade criada à Sessão da Tarde e Supercine. Agora poderíamos ver o que quiséssemos e quando quiséssemos, de “La Nave Vá” a “Buttman em Budapeste”. Prestes a também entrar para o saco das tecnologias obsoletas, e já o é em alguns países, o DVD chega ao bojo das grandes massas populares numa mistura explosiva de redenção e frenesi: aparelho de dvd (tem por menos de 200 reais)+ televisão 29’’ (já tem por 300 reais)+ dvd pirata (2 por cinco reais). Trazendo esta fórmula para um contexto local, fica algo assim: aparelho de dvd + televisão de 29” + dvd pirata + cidade com grade de cinema escrota e sem opções (ex: Belém –PA). Sem falar que as pessoas continuam enchendo o saco dentro do cinema, fator que, se já não entrou, deveria entrar na estatística do aumento das vendas de home theaters.

Outra cota importante das facilidades tecnológicas fica com os inúmeros formatos de vídeo que pipocaram na internet, onde é possível encontrar praticamente tudo que se possa imaginar. E sobre as rédeas da lei, você pode ficar com uma obra no hd durante 24 hs, sem ter a original dela. Tempo mais do que suficiente para ver aquele filminho da temporada e mandá-lo para o limbo com shift+del. Resumindo, hoje em dia, não consigo encontrar outro motivo realmente mais importante para ir ao cinema além do “ficar com uma gostosa no escuro”. E foi assim que eu vi "Anjus e Demonho", ultima versão cinematográfica das paródias eclesiásticas de Dan Brown.




Segundo o meu amigo historiador, Lôro da Doca, os Illuminati eram os cabôcos mais esclarecidos nos lances da ciência, misticismo e especulações gratuitas sobre conspiração em geral. Eles desafiavam sobretudo a Igreja Católica, que consideravam monopolizadora do conhecimento e espalhadora de mentiras, mais ou menos como as agências de notícias da atualidade. Durante o tempo, inúmeras facções que iam de encontro à pregação da igreja se auto-intitularam iluminati (os iluminados): uma parte underground da maçonaria, os rosacruzes, os alambrados da Espanha, os illuminatis da bavária e as bichas purpurinadas de sábado à noite. Enfim, um termo que é bem antigo, mas que você vai ouvir falar muito só agora, graças a esse filme.


Putz...entrei na sala com a história já rodando. Então, entendi que os Illuminatis resolveram se vingar das perseguições assassinas da Igreja contra cientistas e outros manos criadores de teorias que faziam algum sentido. Escolhem a conclave, período em que o alto clero decide quem será o novo papa, e seqüestram os quatro preferiti (os mais pops e cotados para o cargo). Afirmam que vão matar um padre por hora, a partir das oito da noite. Como se não bastasse, exatamente à meia noite, explodirão o Vaticano inteiro com um dispositivo tecnológico liberador de energia que roubaram de alguma das histórias da Marvel Comics. Não satisfeitos ainda, marcarão como gado cada padre com um dos símbolos elementos da natureza antes de tudo isso, porque são fãs do Capitão Planeta. Como são Illuminatches, resolvem fazer cada passo seguindo um ritual, em locais específicos com simbologias histórico-culturais representativas para a sua ordem...para dar a oportunidade de Robert Long-Dong, único cara do filme que freqüentava bibliotecas na infância, desvende os lugares dos crimes e acabe com esta sacanagem toda.

No jogo de RPG "Illuminati, a Nova Ordem Mundial", há cartas sinistras com visual coincidência aos ataques de 11 de setembro de 2001 - das torres gêmeas e pentágono. O jogo foi lançado por Steve Jackson em 1995.

Achei o filme melhor que o “Código Da Vinci”, o que não é nenhuma dificuldade. Tem mais cenas de ação e tensão, frisando que Langdon e Vetra (a personagem mulher que não vai dar pra ele neste filme) sempre descobrem o local da próxima execução faltando dois minutos para a mesma, abrindo mais vagas na turma de seminário deste ano. Talvez por eu ter visto alguns macetes, enquadramentos e intenções de filmes de mistérios no passado... eu tenha matado a charada deste ainda não próximo do desfecho. Ou pode ser que esses diretores ainda não aprenderam a enganar o telespectador durante o tempo que achar necessário.

No mundo de hoje, se você pensa que execução de membros da igreja católica e terrorismo contra o Vaticano, são as únicas práticas illuminati, está luminosamente enganado. Há outras tão legais quanto espalhadas pela internet, como: uso de ambigramas (palavra escrita de forma desenhada e estilística para representar idéias dúbias, contrárias ou a mesma coisa, quando escrita de trás para frente ou de ponta cabeça. Entendeu? Nem eu); mensagens subliminares (identificação de símbolos e picaretagens sem propósito escondidas em coisas completamente banais e que secretamente te influenciará de forma marcante nos acontecimentos da vida desde então. Entendeu? Nem eu) e fist fucking (Essa eu entendi, mas não vou explicar não).

Um ambigrama encontrado numa embalagem de iogurte, a bebida preferida dos Illuminati.