sábado, 17 de setembro de 2005

Volcano High, de Tae-gyun Kim (2001)[Coréia do Sul]

Se não você nem simpatiza com mangá, video-game, animes e derivados, nem assista. Provavelmente vai achar Whasango (Volcano High) de Tae-gyun Kim (não sei se acertei a ordem), uma super merda. Há probabilidade de achá-lo uma droga mesmo gostando dessas coisas, mas não foi o meu caso. Na primeira cena um giz atravessa a sala em direção à cara de um aluno. A esta altura, você percebe que o professor não é uma pessoa normal. Depois que o giz retorna e explode na cara do professor, tem certeza que o aluno também não é uma pessoa normal. E depois disso, quando aparece uma tarja vermelha no meio da tela, com as inscrições : “Expulso”, realmente, não se trata de um filme normal. Em “Volcano High” os atores e as câmeras são apenas os suportes primários para se apresentar um mangá (ou anime) clichezaço nas telas – e tão divertido quanto (Pensando bem, nem tanto). Senta, que lá vem a história.

Mas que história? Porra, não tem história. Se isso importa mesmo, assista Heroi ou Tigre e o Dragão, ou outro “Wuxia Pian” calcados no amor na honra. Por ora, pegue seu joystick e acompanhe Kyeong-soo, um jovem meio problemático que depois de ser expulso de 9 escolas, chega em Volcano High. Ele tem um imenso poder, que apesar de dar a maior bandeira por causa de seu visual super-saiajin, só é percebido por Hak-rim, o melhor lutador de Volcano. Tanto os professores, quanto os alunos (quem sabe, todo mundo do resto do planeta) têm poderes sobre-humanos, logo, quando eles entram em conflito a porrada come solta com os mais fantásticos efeitos especiais que só o cinema digital traz para você – dizem que foi até um marco nas produções coreanas. É exatamente prestes a estourar uma guerra que Kyeong-soo aparece em Volcano High. Alguém tenta matar o diretor e Hak-rim é acusado e preso. Com o melhor lutador fora do caminho, Jang Riang, um menino mau do colégio - apesar do cabelo de Drag Queen – começa a descer o cacete nos líderes de cada turma, porque ser o número 1 é o objetivo de sua vida. Ele quer possuir o lendário “Manuscrito Sagrado”, onde existem grandes técnicas e poderes e está escondido em algum lugar da escola. Aliás, todo mundo conhece alguma impressionante técnica e poder, só que ninguém sabe como é que se aprende elas (pelo menos, não quem vê o filme). Como se não bastasse toda esta confusão, o vice-diretor resolve contratar uns cinco professores malditos, especializados em humilhar alunos super poderosos e rebeldes, não necessariamente nesta mesma ordem.

Os personagens são todos estereotipados e bem caricaturais. Os alunos se dividem em clãs, atividades extra curriculares: o time de rugby, os judocas, as lutadoras de kendo, alterofilistas e derivados. Cada aparição de um novo elemento vem acompanhada de uma apresentação alá Digimon – com um narrador que parece ter saído de uma partida de Winnig Eleven. A comparação a Rivals School, jogo de luta da Capcom, chega a ser inevitável.

Eu fiquei um tanto quanto impaciente porque Kyeong-soo fica evitando os confrontos que encontra pelo caminho, além de não agarrar logo a Chae-yi ou outras asiáticas gatas que ficam lhe dando bola (ou não).

Eu me diverti com o filme - eu não tinha nada para fazer mesmo. Mas eu sou o que poderíamos chamar de menino do buchão, aqueles que gostam de qualquer coisa, vibrava com “Comando para Matar” na sessão da tarde e acordava cedo pra jogar um novo cartucho. Se você têm boas lembranças dos tempos de colégio e alguma vez teve vontade de quebrar a cara de um professor nojento, relaxe, convide seus filhos, sobrinhos e afilhados e aproveite a sessão – porque afinal de contas, alguém tem que curtir muito Volcano High. O máximo de ruim que pode acontecer é dos moleques no outro dia pintarem o cabelo que nem pagodeiros e sair batendo em outras crianças e na professora. Ou seja, nada com o que você tenha que se preocupar.


Kyeong-soo. Olhando assim até parece que ele bate, mas apanha que é uma beleza

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